terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Reflexão II – Soberba na Igreja: Por que tem cristão que acha que é melhor que os outros?


Reflexão II – Soberba na Igreja: Por que tem cristão que acha que é melhor que os outros?
(Gálatas 2:14-21)

A passagem escolhida trata-se de um “enfrentamento” que Paulo teve com Pedro ao ver uma atitude que o indignou. Contudo a exortação de Paulo a Pedro serve para toda a igreja e nos faz pensar como nós agimos, principalmente quando se trata do próximo.
Entrando no contexto, Pedro e o restante dos apóstolos (no texto ele cita Tiago e João) reconhecem Paulo também como um apóstolo (sinal que é ilustrado com um aperto de mãos). Todavia eles entraram em acordo que Pedro e o restante dos líderes (que são os primeiros apóstolos) pregariam o evangelho para os judeus, enquanto Paulo pregaria aos gentios. E quem são os judeus e quem são os gentios?
Os judeus, em resumo, são a descendência de Abraão, Isaque e Jacó, o povo escolhido pelo Senhor, para o qual Ele fez a primeira aliança, o povo para o qual foi feito a promessa do Messias que os libertaria do mal e traria a salvação. Os gentios são o que também podemos chamar de pagãos, aqueles que não seguem a Deus e que tinham suas outras religiões.
Voltando à história, Pedro tinha ido a uma cidade na Síria encontrar-se com Paulo e outros seguidores de Jesus. Durante um determinado momento, ele estava sentado, jantando com os gentios, quando alguns seguidores de Cristo, discipulados por Tiago, chegavam, sabendo disso, Pedro se afasta dos gentios, temendo o que os judeus poderiam fazer. Ao ver isso, Paulo se indigna e chama Pedro de hipócrita na frente de todos, dizendo “Você é judeu, mas não está vivendo como judeu e sim como gentio. Então como quer obrigar os gentios a viverem como judeus?” (Gálatas 2:14b), a partir daí, segue o sermão. Baseado nisso, podemos refletir sobre o seguinte aspecto: Como estamos agindo e vivendo?
Essa pergunta, somado ao que Paulo diz, faz com que a gente pense um bocado de coisas, mas vamos nos atentar aqui a somente uma delas: Por que tem cristão que anda por aí se achando melhor do que os outros?
Os judeus da nova era somos nós cristãos, pois com a vinda de Jesus uma segunda aliança foi formada, dando a salvação para todo aquele que n’Ele crê. Já os gentios são qualquer outro que não é cristão, tendo religião, ou não. Os cristãos de hoje buscam (e devem buscar mesmo) a santidade. O que é ser santo? Santo é a mesma coisa que separado. Mas preste atenção em algo: ser separado não significa ser melhor.
Uma boa maneira de explicar isso é pensando em colégios que possuem turmas especiais. Turmas especiais são aquelas com um nível mais rigoroso de ensino para alunos que querem estudar mais. Normalmente, essas turmas ficam separadas das turmas normais ou regulares. E qual é a diferença que eles possuem além do nível e a exigência no ensino? Absolutamente nada! Eles pagam a mesma mensalidade, vestem a mesma farda e, muitas vezes, estudam no mesmo prédio.
Da mesma maneira, a única diferença entre o cristão e o gentio é que o primeiro grupo é aquele que busca por mais de Deus e o segue, crendo em Jesus como seu salvador, no mais, é todo mundo ser humano, todo mundo carne e, acima de tudo, pecador. E o mais importante, quando optamos por sermos cristãos, nós deveríamos redobrar a atenção para a nossa condição de pecadores “Ao procurarmos ser aceitos por Deus por estarmos unidos com Cristo, fica claro que somos ‘pecadores’ como os gentios.” (Gálatas 2:17a). O fato de sermos cristão não nos faz melhor do que ninguém, pelo contrário deve nos atentar ao fato de que erramos como qualquer um.
O que Paulo está querendo é que nós, como igreja, devemos parar de ficar apontando os dedos um para os outros julgando-se mais santo do que uns ou outros, que devemos parar de achar que porque nascemos em um família cristã ou vivemos dentro de uma igreja seguindo uma religião somos automaticamente salvos. Em suma, a igreja deve sair dessa bolha de falsa santidade que ela acha que vive e deve ir ao mundo, pois “Sabemos que todos são aceitos por Deus somente pela fé em Jesus Cristo e não por fazerem o que a lei manda.” (Gálatas 2:16a).
Então, cara, nós, como Igreja devemos ir ao mundo (e fique bem claro que NÓS que devemos ir ao mundo, e não o mundo que deve vir a nós) e sair desse pedestal imaginário que achamos estar. Porque Jesus, que foi o ser mais santo que já pisou na Terra, não estava trancafiado dentro de um templo vinte e quatro horas por dia junto com os fariseus, que eram os maiores conhecedores da lei, naquela época, pelo contrário, Ele andava com os gentios, no meio do povo, ele ia às festas do povo, tinha toda sorte de amigos e, assim, impactava a vida deles e os transformava. Então vamos fazer o mesmo que Jesus e Paulo, “Pois, quanto à lei, estou morto, morto pela própria lei, a fim de viver para Deus. Eu fui morto com Cristo na cruz. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e deu a si mesmo por mim.” (Gálatas 2:19-20).

28 de Fevereiro de 2012
Al Mitchu

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